Vivemos num mundo aterrorizado por um ataque iminente de cancro, um flagelo que ataca indiscriminadamente pessoas de todas as idades e países em modo silencioso, espalhando-se e destruindo-nos por dentro. Procuramos desesperadamente as causas:
Má alimentação (recheada de gorduras trans, açúcar, aditivos, álcool)
Radiações
Exposição a químicos e pesticidas
Radiação solar
Tabaco, drogas
Vírus (como H. Pylori e HPV)
E até o envelhecimento é visto como causa de cancro!!!!!
Infelizmente o cancro vai muito além de todas estas causas e surge em milhares de pessoas que tem uma alimentação saudável e que não estão expostas aos referidos fatores ou em condições mínimas. Cada vez mais surge a compreensão que há outros fatores importantes a ter em conta: emoções, isolamento social, dificuldade de relacionamento com os progenitores desde a infância, postura em relação ao propósito de vida, estilo de vida. O cancro tem um gatilho especial em relação à maioria das doenças e ainda pouco observado (talvez porque não existem medicamentos para a sua prevenção!): o choque emocional. Este choque é uma autêntica bomba no nosso sistema imunitário, desarmando as suas defesas e propagando a informação destrutiva ao núcleo das células e multiplicando essa informação à sua volta. O nosso mundo interior desaba em cacos maiores ou menores consoante a capacidade de lidar com a dor e a tristeza por ele provocada. Tal como o desenvolvimento do cancro é silencioso, a maior parte das vezes este choque emocional também é silencioso e súbito e está ligado a uma perda profunda que sentimos no nosso coração, uma tristeza sem fim. A morte de um ente querido, a perda do emprego, um divórcio são perdas profundas e dolorosas e ainda algo mais invisível, a dor dilacerante da traição de alguém em quem confiamos em absoluto. Essa pessoa pode ser pai, mãe, marido, esposa, filhos, amigo (a), patrão, colega de trabalho, um líder religioso, um treinador. Alguém em quem tínhamos confiança absoluta no seu amor e lealdade por nós. A confiança é o elo mais forte entre os seres humanos, mas uma vez quebrada dificilmente pode ser recuperada a não ser pelo perdão sincero, mútuo e pelo amor. Podem questionar e os bebés também tem estas situações? Na realidade os bebés sentem tudo tanto no ventre da mãe como nos primeiros anos de vida. Tudo fica registado no subconsciente. Se a mãe se sente profundamente triste, abandonada, rejeitada, traída o bebé vai sentir essa mesma energia como se fosse dele também. Qual é o contributo da hipnoterapia neste contexto de cancro? Através de um relaxamento profundo (mas consciente) vamos à causa, ao choque emocional e retiramos a dor pelo perdão e pelo amor. Sem dúvida que a situação “real” não é apagada, mas ao ser retirada toda a dor com uma nova energia, essa situação acaba por cair no “esquecimento”. A hipnoterapia não substitui qualquer exame médico nem qualquer terapêutica aconselhada pelo médico (seja qual for), mas é um excelente coadjuvante em qualquer processo terapêutico. No caso do cancro a hipnoterapia tem duas vertentes muito importantes:
Libertar a dor emocional que está na origem da doença prevenindo que essa dor possa criar situações idênticas futuras
É uma excelente ferramenta como condicionamento anterior à quimioterapia predispondo o corpo para a receção dos fármacos e diminuindo exponencialmente os efeitos secundários dos mesmos (vómitos, indisposição, cansaço, falta de energia)
Ajuda a lidar com o tratamento de forma mais positiva. Tenho como exemplo uma senhora a quem ajudei neste processo que estava a fazer quimioterapia na Fundação Champalimaud e ela escreveu vários post-its com a seguinte frase “tratamento de amor” com um sorriso e colocou nas embalagens de líquido vermelho que lhe eram injetados nas veias. Foi uma forma que ela encontrou após o condicionamento para lidar com o tratamento. Segundo ela me contou, acabou por se tornar uma inspiração para os outros pacientes e até para os enfermeiros que sugeriram que mais pessoas fizessem o mesmo. Todos sabemos que não é um processo fácil, mas podemos escolher a forma como olhar para a situação.
Quando libertamos as memórias de dor do subconsciente entramos no campo das possibilidades infinitas, no campo da abundância, da Auto cura, do auto conhecimento. A humanidade tem viajado pelo Universo à procura de outras formas de vida investindo tempo, recursos, dinheiro, esquecendo a viagem mais profunda, mais maravilhosa e a menos percorrida que é a viagem ao seu próprio Universo interior. No dia em que o fizermos descobrimos que o nosso universo interior coincide com o Universo exterior…tão longe e no entanto tão perto……! Namaste.